Texto pivô: Durante o Estado de Emergência, o recolhimento foi uma obrigação. Vários são aqueles que vivem na rua e têm enfrentado a pandemia de outra forma.
Voz off 1: Na fase mais crítica da pandemia as regras eram simples. Ficar em casa, manter o distanciamento social e ter cuidados de higiene.
Vivo jornalista: Na altura do confinamento, ter uma casa é um privilégio para passar a quarentena de forma tranquila e segura. Mas como se faz quarentena sem uma casa?
Entrevistado 1: Se não tenho casa, onde é que vou ficar?
Entrevistado 2: Se eles se interessassem, as pessoas que estão na rua, que estavam nos albergues, eles tinham-nos dado o recolhimento.
Voz off 2: Vulneráveis à infeção, é através dos abrigos que procuram apoio. Estes tentam assegurar condições mínimas de higiene.
Entrevistado 3: A gente vinha aqui à rua, quase 20 minutinhos, desinfetávamos as mãos, com a “masquinha”. Desinfetávamos os pezinhos, os pés com líquido.
Voz off 3: Associações como o Centro de Apoio ao Sem Abrigo (CASA) continuaram ativas durante o confinamento. Houve readaptações, mas não deixaram de apoiar quem mais precisa.
Entrevistado 4: Agora são quatro equipas de rua a servir kits e fazem uma maior área da zona do Porto. Por noite são servidos cerca de 150 a 200 kits por noite na rua. E agora estamos a ter zonas mais críticas, por assim dizer, mais desamparadas.
Voz off 4: Muitos são aqueles que resistem ao vírus na rua.
A Covid-19 não assusta quem vive desta forma. Mas a falta de uma casa é o que mais os preocupa.