Texto pivô: Foi suspensa a licença para receber resíduos biodegradáveis no Aterro de Valongo. A população e a câmara continuam a acusar a empresa Recivalongo de não respeitar regras ambientais.
Voz off 1: O Aterro de Sobrado, no concelho de Valongo, deixou de poder receber resíduos biodegradáveis no passado mês de Março. A Recivalongo, empresa responsável pelo aterro, foi acusada de crime ambiental por parte da população. Depois de várias manifestações desde 2018, os residentes de Sobrado podem agora respirar, mas sentem ter ainda caminho pela frente.
Vivo 1: Já não éramos senhores de abrir uma janela, uma porta, vir cá fora ao quintal, que éramos picados por mosquitos, éramos cá dentro… Uma coisa era dizer assim, ir para o médico, que aquilo era uma coisa louca… E por isso nós fomos obrigados a fazer alguma coisa. O cheiro era insuportável, era imenso mesmo.
Voz off 2: A residente de Sobrado queixa-se ainda de que as águas dos poços continuam contaminadas. Os pequenos terrenos agrícolas dos moradores aparentam também ter o solo poluído. Luís Monteiro, do Bloco de Esquerda, que acompanhou a situação desde o início, refere que este é um negócio altamente lucrativo.
Vivo 2: Mas mesmo assim as multas são tão baixas, para o volume de negócio que é aquilo, que é sempre compensatório. É compensatório comprar lixo no estrangeiro, e tratá-lo ali de forma ilegal, pagar multas sobre esse negócio, e mesmo assim é altamente lucrativo.
Voz off 3: De acordo com o ex-deputado, o problema são as escassas leis e as “borlas” fiscais deste negócio. A solução passará por mais fiscalização e leis específicas para prevenir este tipo de crimes ambientais. Quanto ao assunto, a Recivalongo não se dispôs a responder.
(Reportagem por Diogo de Sousa e Diana Loureiro)