Texto pivô: O Seminário Cristo-Rei, em Gaia, já conseguiu enviar para a Ucrânia 9 camiões TIR carregados de bens de primeira necessidade.
Voz off 1: A onda de apoio à Ucrânia no Seminário Cristo-Rei, em Gaia, já reuniu mais de 100 toneladas de bens primários. Todos os bens são enviados para a zona fronteiriça da Polónia com a Ucrânia. Ivan Mudi Shak está radicado em Portugal há cerca de 20 anos e é o coordenador de toda esta operação.
Entrevistado 1: Decidimos que vamos fazer qualquer coisa para ajudar. Passadas meia dúzia de horas, organizamos um grupo de voluntários e isto começou a crescer tanto que nós, neste momento, já mandámos 9 camiões para a Ucrânia – desses 9, 3 já estão lá.
Voz off 2: Ao local, não param de chegar viaturas particulares com as malas carregadas de alimentos, roupas, mantas e medicamentos.
Entrevistada 2: Durante a semana foi sempre um caos. Sempre a chegarem carrinhas de vários lados, por exemplo, de Airães e Felgueiras chegaram 5 carrinhas. Todo mundo teve de ajudar para descarregar e ficar tudo aqui e foi assim a semana toda.
Voz off 3: Todos os bens são organizados por categorias e etiquetados em português, inglês e ucraniano. São dezenas os voluntariam que aqui vêm para contribuir na organização dos bens.
Entrevistada 3: O fim-de-semana foi muito intenso, vieram muitos voluntários. Isto é uma constante de chegada de carros particulares a despejar tudo o que podem. As pessoas têm sido extremamente generosas, muito focadas na ajuda aos refugiados e aos soldados. Vêm materiais diversos - aqui é tudo separado -, vêm, nós separamos tudo, etiquetamos tudo em 3 línguas e depois preparamos tudo para quando vem o camião.
Voz off 4: A todo o momento, chegam novas caras dispostas a ajudar. Para isso, devem inscrever-se à entrada do local. Os ucranianos responsáveis por esta iniciativa estão surpreendidos com toda a adesão por parte dos portugueses e de todos aqueles que escolhem ajudar.
Entrevistado 4: Desde o início até hoje, pelas minhas contas, 180 toneladas que foram daqui. Então imagina: tudo à mão, sem empilhadoras, sem nada. Um grupo de voluntários, centenas de voluntários, todos os dias. Nós batemos todos os recordes. Ninguém fez, até hoje, na história, isto.
[Reportagem de Ana Gomes e Ana Jorge]