Texto-pivô: Os crimes ilegais de recolha e partilha de imagens de cariz sexual têm registado mais vítimas nos últimos anos.
Voz Off 1: E se neste momento uma fotografia sua sem o seu consentimento estiver a ser compartilhada por milhares de pessoas? A partilha online de cibercrime sexual tem aumentado e, na maioria, as vítimas são mulheres, muitas delas menores de idade.
Núria Silva: Eu acordei ao meio dia e tinha trezentos pedidos para seguir no Instagram e umas vinte mensagens por abrir, eu achei aquilo muito estranho e comecei a abrir. As mensagens diziam coisas como “és tão porca”, “que mamas gigantes”, “quanto é que cobras?”.
Voz Off 2: As fotografias foram partilhadas em várias plataformas e grupos virtuais. Como o Whatsapp, Telegram, Discord e sites pornográficos.
Núria Silva: A minha imagem danificada na internet, se alguma vez quisesse arranjar emprego e eles colocassem o meu nome na internet estavam lá as minhas mamas expostas.
Voz Off 3: Verónica Rubio, foi também vítima de cibercrime sexual. Depois de um vídeo íntimo gravado há 5 anos se tornar viral entre os colegas de trabalho e nos grupos do Whatsapp.
Verónica Rubio aos 32 anos foi encontrada enforcada em casa por não ter aguentado a humilhação pública depois de um vídeo sexual se ter tornado viral sem o seu consentimento.
Alexandra Pinho: Sempre que não há um consentimento é grave. É uma pessoa que está a ver a sua imagem de forma não consentida e muitas vezes não o sabem que estão a fazer. Ou seja, não é só dar autorização para partilhar, a pessoa não sabe que isto está a acontecer.
Núria Silva: Ninguém me vai dizer o que eu tenho de fazer ou não entre quatro paredes. As pessoas é que têm de ter consciência que entre quatro paredes não se pode compartilhar para o mundo inteiro.
Reportagem: Ana Cláudia Fernandes e Vanessa Sousa