PIVÔ: Existe há mais de um século uma feira na cidade de Espinho. Os feirantes queixam-se que a feira está a diminuir e que o poder de compra também.
VOZ OFF: Segunda é dia de feira e Espinho tem a maior da Península Ibérica. Enche de tendas e pessoas. Sabores e cores. Apesar da fama, os feirantes não estão contentes com a movimentação deste ano.
ENTREVISTADO 1: desde janeiro para cá que estamos praticamente sem pessoas, vêm os low cost de vez em quando mas que também não têm poder de compra.
ENTREVISTADO 2: Diminuiu a feira e diminuiu os compradores. O poder de compra falhou muito. Quando havia empregos pessoas vinham com felicidade e compravam e até gastavam assim mais mas hoje em dia não, às vezes por 5€ borram-se todos. Para mim vem menos gente, até os feirantes. Antigamente era tudo cheio, agora desistiram muitos.”
VOZ OFF: Há desistências mas também há quem não dispense dar uma voltinha pela feira.
ENTREVISTADO 3: Venho todas as semanas. – Já há muito tempo? – Desde que me conheço como independente, como consumidora, sim.
ENTREVISTADO 4: Desde a idade dos 20 anos, já tenho 70.
VOZ OFF: E o que é que as pessoas preferem comprar?
ENTREVISTADO 4: De tudo, só não compro porco porque não há.
ENTREVISTADO 3: Os legumes e as frutas. Por vezes encontro peças de marcas a muito bom preço e se eu posso comprar por 10€ não vou dar 15€.
VOZ OFF: Aqui e ali, os compradores vão aparecendo. Mas os feirantes não se esquecem das dificuldades que passam.
ENTREVISTADO 2: Eu por mim já nem andava aqui, a minha esposa é que já esta tem negocio há muitos anos mas se fosse neste momento para começar, não andava aqui.
ENTREVISTADO 5: Os responsáveis da câmara que desse mão um bocadinho no comércio tradicional, dos feirantes. Que estamos com muitas dificuldades, estou a falar pessoalmente por mim mas aquilo que estou a passar com certeza é na generalidade.
VOZ OFF: É hora de desfazer a barraca, arrumar os ferros e esperar que a próxima segunda traga mais clientes.