Texto Pivot: No segundo confinamento, alguns cabeleireiros trabalharam ilegalmente. Várias regras foram quebradas de forma generalizada.
Voz off 1: O teletrabalho era obrigatório, mas ainda assim houve quem precisasse de se deslocar. Para muitos, os cabeleireiros passaram a ser um serviço de primeira necessidade.
Entrevistado 1: Como eu nunca parei de trabalhar nunca tive receio. Até foi uma forma mais segura de aceder aos espaços porque estava tudo higienizado e não tinha clientes.
Voz off 2: Apesar da fiscalização ter aumentado, alguns profissionais continuaram a exercer clandestinamente.
Entrevistado 2: Estipulei apenas 2 dias por semana em que os meus funcionários se deslocavam para prestar os serviços. Estive mais ou menos 1 mês em que não atendia mesmo ninguém. Mas nos últimos 15 dias, com a insistência dos clientes atendi...e foram cerca de 40 pessoas.
Voz off 3: Mas, para quem cumpriu as regras, a indignação é muita.
Entrevistado 3: Considero uma insensatez perfeita. Acho que toda a gente devia cumprir aquilo que foi decretado. Se for uma questão de segurança nacional, toda a gente devia ter cumprido.
Voz off 4: Os apoios são escassos. O presidente da Associação de Cabeleireiros, diz compreender o desespero dos profissionais.
Entrevistado 4: Os trabalhadores independentes de qualquer atividade por norma são pessoas que tem rendimentos baixos. Quando o estado pode dar um apoio vai-se basear nos rendimentos que as pessoas apresentavam, como é óbvio ainda tinham um apoio muito mais baixo.
Voz off 5: As autoridades não podem entrar em estabelecimentos privados sem mandato. Isto dificultou o processo de denúncia e permitiu que mais pessoas continuassem a exercer.
Reportagem de Maria João Leal Pereira e Marta Bacelar