Texto pivôt
Existem hábitos difíceis de se entranharem na cultura portuguesa. Mesmo quando os preços são tentadores e as ofertas apetitosas.
Os portugueses são dos cidadãos da União Europeia com menores taxas de participação em atividades culturais.
Sermos tão pouco ativos culturalmente é preocupante e é preciso perceber o que está a acontecer com a Cultura, no Porto.
Voz off
Instalado no mercado Ferreira Borges, o hard club é um espaço que se foca sobretudo, nos espetáculos ao vivo. Mas também aqui a crise já bateu à porta.
Vivo Entrevistado 1
Ana Póvoas - Diretora de Programação do HardClub
Já desde o final de 2011 temos assistido a um decréscimo da procura, bem como um decréscimo do consumo dentro das salas. Podemos falar, também, de um decréscimo das maiores produções. Portanto a estes três níveis tem-se notado um significativo decréscimo.
Voz off
A crise económica explica parte da crise cultural. Diz-nos quem conhece o meio que o problema está muito para além disso. Cristina Regadas, diretora do gabinete de comunicação do ARTES, programa novo no Porto que toca na arte contemporânea, na performance e na música, diz que falta estimular o ensino cultural nas escolas.
Vivo Entrevistado 2
Cristina Regadas - Diretora de Comunicação do Artes
Os portugueses consomem pouca cultura, porque é uma questão de educação ainda. Se calhar tem de haver um outro sistema de educação que aposte mais na cultura e que valorize a cultura. Eu própria já fui professora e sei que a parte cultural é a parte que sofre mais em relação às matemáticas, às ciências.
Voz off
Entre exposições contemporâneas e os quadros típicos dos museus, o Museu de Serralves ainda não sentiu a crise no que diz respeito ao número de visitantes.
Vivo Entrevistado 3
Marta Morais - Assessora de Imprensa de Serralves
Nós trabalhamos todos os anos para fazer crescer o número de visitantes, embora isso não seja um objetivo em si. A ideia é que a programação seja de tal forma atrativa que as pessoas não possam deixar de vir. Portanto, nós estamos neste momento na casa dos 450 mil visitantes por ano e é um número que queremos continuar a ter.
Voz off
Vamos menos ao cinema, quase não visitamos museus. A espetáculos de teatro ou dança vamos muito pouco. Apesar de a crise estar presente, nem todas as instituições a sentem da mesma forma.
Reportagem: Cláudia Pereira
Imagem e Edição: Filipa Dias