Pivô - Apesar de nos encontrarmos em pleno século XXI, diversas situações consideradas crime ainda se sucedem. Destaca-se com o aumento do número de casos anuais, a violencia no namoro.
Rodrigo e Graciete
Voz off 1 - São já várias dezenas os casos de violência no namoro que a Apav registou desde o começo do ano, em Portugal. Mas afinal o que se entende por esta expressão?
Vivo 1 - Para mim violência no namoro é violência verbal, física e psicológica que fazem um para o outro.
Vivo 2 - A violência psicológica, verbal, é... muita coisa em si...
Voz off 2 - Acostumados com o habitual, não podemos deixar de fora os casos menos comuns
Vivo 2 - Tanto do homem para a mulher, como da mulher para o homem.
Voz off 3 - Será a orientação sexual de uma pessoa o suficiente para alterar o desfecho de uma situação de violência no namoro?
Vivo 1 - Não deixam de ser pessoas, não deixam de estar num relacionamento, por isso quando existe amor, ciúme e sse tipo de coisas vai sempre existir violência... fazemos isso já fora das relações... então dentro das relações torna-se ainda mais.
Vivo 2 - A relação é exatamente igual, de um homem com uma mulher, de um homem com um homem ou de uma mulher com uma mulher, é exatamente igual.
Voz off 4 - Com medo e sem voz, este é o destino de milhões dr casais, que não se dignam a viver as suas vidas, mas sim a sobreviver.
Texto pivô: Após 75 anos da tragédia, o maior naufrágio da costa portuguesa é relembrado pelos matosinhenses, nas novas práticas piscatórias e também procurado pelos turistas.
Voz off 1: Não se afoga no mar, o que lá não entrar. E assim foi em 1947, numa noite de dezembro. A Tragédia do Mar, como hoje é conhecida, faz este ano 75 anos e é ainda recordada, por muitos, como uma noite fatídica para Matosinhos.
Voz off 2: Quatro embarcações rumavam de Matosinhos para a Figueira da Foz. Presas numa tempestade, acabaram por naufragar, levando consigo 152 marinheiros. Ainda nos dias de hoje, os matosinhenses recordam este acontecimento como uma tragédia para muitas famílias.
Entrevistado 1: O impacto deste acidente fez com que muitas famílias perdessem os seus maridos, os chefes de família, lá no fundo. Foi uma tragédia muito grande para a nossa cidade.
Entrevistado 2: A própria tragédia em si diz que afetou quase toda a população, em Matosinhos. Em todas as famílias houve alguém que ou tinha um parente, um amigo, um pai, um filho, um tio, que terá perecido nessa tragédia.
Voz off 3: Apesar de ter sido uma grande tragédia, daqui resgataram-se novas práticas e cuidados. Um novo Porto de Leixões foi criado, começaram a ser utilizados aparelhos próprios para navegação e as próprias embarcações e segurança a bordo foram também melhoradas.
Entrevistado 3: Acaba por levar a que se construir o Porto de Leixões que nós conhecemos hoje, criou-se um porto de pesca com as condições ideais, no que toca a que as embarcações pudessem estar seguras, tivessem condições para a venda do peixe e, sobretudo, para a entrada e saída do Porto, não é, para a ida para o mar.
Entrevistado 4: Isto também com o avanço da tecnologia e da ciência, permitiu com que o desastre fosse um caso isolado na história portuguesa.
Voz off 4: Como forma de homenagear todos aqueles que perderam a vida e as suas famílias, foi criada uma escultura inserida na Praia de Matosinhos. Nas 5 estátuas estão retratadas todas as viúvas e orfãos, que correram para a praia, em desespero, ao saber do naufrágio. Esculpidas por José João Brito, estas estátuas foram inspiradas na pintura do Mestre Augusto Gomes. Hoje em dia, para além de visitadas pelas famílias lesadas, são também um ponto turístico da cidade.
Entrevistado 5: São, digamos assim, um ponto diferente, porque não há assim tantas estátuas na praia. Elas são bastante impactantes, quer pela expressão delas, quer pela dimensão, e, por isso, temos sempre pessoas a tirar fotografias com as estátuas.
Voz off 5: Há quem vá e não regresse, mas as memórias prevalecem. Como forma de eternizar a saudade, em 2007, a Câmara Municipal de Matosinhos, publicou o livro “Naufrágio de 1947 - Toda a Saudade é um Cais de Pedra”. Aqui, podemos encontrar fotografias de todos os falecidos e relatos pormenorizados de quem vivenciou os dias de tragédia.
Reportagem de Catarina Lemos e Matilde Silva, Universidade Lusófona do Porto.
Texto Pivô: A União Desportiva de Mozelos foi fundada há menos de um mês por jovens mozelenses, tendo como objetivo a prática do desporto na freguesia.
Voz-off: Tiago Lopes é a cara do mais recente projeto desportivo do distrito de Aveiro. A União Desportiva de Mozelos nasce de uma vontade ambiciosa.
Entrevistado 1: A falta de aproveitamento de Mozelos no futebol. Acho que somos uma das maiores freguesias da zona e não faz sentido nenhum não termos um clube de futebol ao nível, ou mais alto, do que as freguesias da zona.
Voz-off: Com menos de um mês desde o nascimento, o clube ainda não tem sede. Ainda assim já se fazem planos para o futuro.
Entrevistado 1: Escolhemos este sítio para filmar porque no futuro será a nossa casa. Daqui, vamos esperar, a dois aninhos termos aqui um estádio maravilhoso na freguesia de Mozelos onde nós poderemos efetivamente praticar o nosso desporto.
Voz-off: Em dois anos prevê-se que o parque do Coteiro seja então o estádio da União Desportiva de Mozelos. Todavia o clube iniciará a competição em campeonatos amadores numa casa emprestada. Sempre com a mira apontada aos campeonatos federados e sem esquecer os mais pequenos.
Entrevistado 1: Enquanto estivermos em casa emprestada à partida jogaremos no futebol popular de Ovar. A partir do momento em que estaremos em Mozelos o objetivo é federar e abrir camadas jovens no mesmo ano.
Voz-off: Para os populares a criação deste clube pode ser benéfica também para freguesia.
Entrevistado 2: Vem acrescentar conhecimento da nossa terra, visto que Mozelos a nível de desporto está um bocado esquecido, a não ser o futsal. Aí estamos numa divisão muito boa.
Voz-off: O presidente promete que o clube não se ficará pelo futebol, nem pelo desporto masculino. E deixa ainda um convite ao povo mozelense.
Entrevistado 1: Vamos lá levantar, vamos apoiar o Mozelos. Porque nós queremos crescer, queremos crescer rápido, queremos crescer fortes e queremos ser maiores que os outros.
Voz-off: A União Desportiva de Mozelos entra em ação no próximo ano no campeonato amador de Ovar e espera por adeptos.
Texto pivô: São 16 as pessoas homenageadas na exposição “Mulheres que fazem barulho”. A exposição pode ser vista na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto.
Voz off 1:Inês tem uma banda e veio aqui inspirar-se. Com ela, traz o sonho de um dia fazer parte da exposição.
Vivo 1: A minha parte favorita foi a parte da exposição em que tinha assim uma prateleira com uma romã, com um livro, com louro, e com um tacho. Porque o que nós fazemos é barulho.
Voz off 2: A exposição tem o toque de Paula Guerra. A coordenadora escolheu mulheres do rock desde o 25 de Abril até aos dias de hoje. Foram estas as selecionadas na luta por um lugar sob o holofote.
Vivo 2: A ideia também era diferentes gerações, portanto temos diferentes grupos etários de mulheres. A começar pela Lena d’Água, a Xana, mas também chegando à Carolina dos Sunflowers, a Elsa Pires dos anos 90, e também a diversidade de géneros e subgéneros. E de papéis na banda. Porque geralmente só se dá relevo à questão da vocalista, não é?
Voz off 3: A equipa já está a trabalhar na segunda exposição. Por enquanto, a guitarra que se cansou de ser sexy e outros objetos marcantes podem ser vistos até 30 de Setembro. Diana Loureiro e Diogo de Sousa. Universidade Lusófona do Porto.
Texto-Pivô: Já se sente o cheiro a São João. Valongo volta a decorar as ruas para a maior festa do Sobrado.
Voz Off 1: É a jogar às cartas que Sofia Sousa e as amigas passam o tempo. São de Oliveira do Douro.Apaixonadas pelos Amor Electro. Seguem a banda pelo país. Desta vez, marcam presença no São João de Sobrado.
Entrevistado 1: Eu vim mais por causa dos Amor Eletro, mais por causa da experiência, porque disseram-me que esta festa tinha uma história, e estiveram a contar-me essa história. Então eu achei que devia vir.
Voz Off 2: Estão habituadas a estas andanças. A espera é longa. Aguardam desde as três da tarde pela atuação da noite. Nem a tarde quente de verão as impede.
Voz Off 3: Para uns é a primeira vez. Mas Cátia Sousa é presença assídua. Cresceu em Valongo. Como marca a tradição, o São João é na casa.
Entrevistado 2: O São João é sempre passado aqui, nunca fui ao Porto em 21 anos de vida. É incrível, eu adoro o São João de Sobrado, já faz parte… aliás já faz parte aqui do ADN de toda a gente. Literalmente quando começa a dança de entrada o pessoal… eu não estou a brincar estou a falar mesmo a sério. O pessoal começa a chorar. Isto é real.
Voz Off 4: Dois anos de paragem forçada devido à Covid. As saudades já eram muitas, especialmente para aqueles que cresceram aqui.
Entrevistado 3: Até sinto que a festa está mais cheia do que o normal. Este ano até tivemos mais noitadas do que o habitual, tivemos dez noitadas, o que não é normal. Sinto muito que pertenço aqui. Conheço imensa gente como sou de cá , então é aquela coisa de voltar, de voltar a ver caras amigas, voltar a ver malta que já não via desde antes da pandemia.
Voz Off 5: Yolanda Rodrigues, vende farturas desde que se lembra. Assumiu as rédeas do negócio de família. É com incerteza que atende os clientes. Mas sempre com vontade de servir cada um.
Entrevistado 4: Espero fazer um São João sozinha, mais a minha mãe numa festa que não conheço, vamos ver como vai correr.
Voz Off 6: Há muitos dias para festejar o São João de Sobrado. A festa teve início a 15 de junho e prolonga-se até ao dia 24. O desfile marca o último dia.
Reportagem de Mariana Venâncio e Mariana Azevedo, Universidade Lusófona do Porto.
Texto Pivô: O número de empreendedores e investidores no mercado de saúde e beleza aumentou nos últimos anos. O género masculino foi o consumidor que mais alterou os seus hábitos.
Voz Off 1 : O mercado das barbearias teve um crescimento exponencial em Portugal nos últimos 5 anos, os proprietários procuram ter cada vez mais um serviço personalizado.
Entrevistado 1 : Venho cá desde que isto abriu e gosto do ambiente, e das pessoas também, são fixes.
Voz Off 2 : Ao som das máquinas, tesouras e secadores, o ambiente e o profissionalismo são a alma do negócio.
Entrevistado 2 : Nós temos um padrão, ou seja, o ambiente da loja, o corte de cabelo, tudo em si conta, aliás que nós somos muito fortes nisso. A pessoa acaba por vir, gosta do corte, gosta do ambiente e acaba por voltar, acho que é esse o nosso segredo.
Voz Off 3 : Juntamente com a intensificação de espaços como este, existe muita procura por cursos de barbeiro. A 26 Academy nasceu em 2018 e conta com mais de 300 barbeiros formados.
Entrevistado 3 : A 26 Academy nasceu com o propósito de criar mais qualidade na área da barbearia, ou seja, não tínhamos nenhuma academia só dedicada à área de barbeiros. Então criamos essa oportunidade, dentro dessa lacuna que existia no mercado.
Voz Off 4 : Segundo um estudo realizado pelo grupo alemão Metro sobre as preferências dos empreendedores portugueses, um quarto (1/4) dos investidores lusos apostam em negócios por conta própria. O crescimento do setor não é uma surpresa e a competitividade é cada vez maior, algo que exige uma luta constante pela diferenciação.
Entrevistado 4 : O que é que nos faz de diferentes? Três pontos para nós que são fundamentais. Padrão, conceito e a experiência ao cliente.
Voz Off 5 : Tal como o mês, o setor está quente e promete não descer de temperatura. Guilherme Caroço e Tiago Oliveira, Universidade Lusófona do Porto.
Texto pivô: O Festival da Francesinha e do Fado regressou a Vizela. Dois anos depois a festa voltou à cidade. Foram vários os artistas que animaram as pessoas.
Voz off: A festa voltou às ruas de Vizela. Apesar de não estarem temperaturas altas, o fim de semana ficou marcado pelas francesinhas e pela música. Um festival que reúne os dois mundos, juntou vizelenses e atraiu pessoas de fora.
Entrevistado 1: Depois desta pandemia, depois do que aconteceu, uma iniciativa que traga a gente novamente para as festas, para as romarias, cá para fora é uma iniciativa válida.
Entrevistado 2: Acho que é bom, é bom, apesar de que ontem não estive cá mas vim hoje. E acho bem que as festas se façam para o povo se divertir.
Voz off: Anabela e o marido Pedro são proprietários de um dos restaurantes que participaram no festival. Há 10 anos trouxeram o negócio para Vizela. Esta é segunda vez que se juntam à festa.
Entrevistado 3: É sempre bom, damos sempre a conhecer para pessoas que não conhecem mas infelizmente estamos aqui um bocadinho receosos, claro que sim.
Voz off: Lockale abriu em 2019 e a pandemia não ajudou na divulgação do restaurante. O festival da francesinha e do fado pode ajudar a atrair mais clientes.
Entrevistado 4: Este festival foi sem duvida nenhuma a cereja no topo do bolo para nós, pelo menos para mostrar o nosso trabalho. Eu penso que 70% das pessoas que vieram à nossa barraquinha eram pessoas de fora, não eram pessoas nossas conhecidas.
Voz off: O festival durou 3 dias. Foram vários os artistas que passaram pelo palco e que animaram a cidade.
Texto Pivô: O Porto Beer Fest está de regresso aos jardins do Palácio de Cristal. De 15 a 19 de junho, haverá mais de 340 cervejas artesanais para provar no festival.
Voz off 1: É considerado o maior festival de cerveja artesanal europeu. Este ano, o Porto Beer Fest conta com a participação de 50 cervejeiros nacionais e internacionais.
Entrevistado 1: Nós somos os maiores consumidores de cerveja do mundo, por isso, acho que temos tudo para dar. Acho que o “Porto Wine Fest” também, quando houve, foi incrível, por isso, porque não a cerveja, que somos dos maiores consumidores, porque não.
Voz off 2: A entrada custa cinco euros, válido para os cinco dias. Para provar cada cerveja é preciso adquirir as fichas de consumo nas bilheteiras.
Enttrevistado 2: É a primeira vez que venho, as expetativas, estava à espera de bastante pessoal, agora à tarde até está bem composto, viemos na quarta-feira e não estava tanta gente, mas acho que está a corresponder às expetativas, com o tempo e tudo.
Voz off 3: O festival conta, também, com uma participação extra, num encontro de provas de cerveja de quatro convidados especiais vindos diretamente do “Paris Beer Festival”.
Entrevistado 3: Estamos fortíssimos, a ideia também será mostrar os nossos produtos, mostrar esta equipa e todas as marcas de microcervejeiras que temos aqui, o evento tem sido, durante muitos anos, um sucesso, e este ano ainda com mais expetativa, por causa da pandemia, estamos à espera que isto corra às mil maravilhas, sem dúvida.
Voz off 4: As marcas internacionais incluem França, Países Baixos, Bélgica, Inglaterra e Espanha.
Entrevistado 4: Estamos aqui a servir as pessoas. As pessoas provam e bebem em todas as barraquinhas. Queremos fazer muitos contactos com os restantes cervejeiros, aprender. Aprender e sobretudo, aproveitar esta oportunidade de contactar com as pessoas e que elas vejam o nosso material.
Voz off 5: Para aconchegar o estômago, entre as provas, está garantida a presença de um leque diversificado de comida de rua.
Texto pivô: O Porto já está em contagem decrescente para o São João.
Voz-off 1: Volta o São João, volta a noite mais animada do Porto. A Sardinha e a alegria são os ingredientes essenciais para esta festa.
Vivo entrevistado 1: A gente assa sardinhas, pimentos, entrecosto e estamos aqui no bailarico que dançamos cá fora com a família toda
Vivo entrevistado 2: E o entrecosto, para quem não gosta de sardinhas, temos o entrecosto e o caldo verde.
Vivo entrevistado 1: É o carneiro. É o cabrito assado com batatas e tudo e depois também fechamos e vamos para as fontainhas comer as farturas.
Voz-off 2: A festa na cidade invicta atrai olhares de todo o mundo. Não há quem resista a aproveitar a sua estadia para celebrar o santo popular.
Vivo entrevistado 1: Muita gente tem a casualidade de estarem cá de férias, não é? Estão cá de ferias e vão ver, e o fogo na ribeira aquilo é lindíssimo.
Vivo entrevistado 3: Temos tido muitos turistas que perguntam sobre o São João, sabem que é uma festa grande no Porto
Vivo entrevistado 2: Já tive aqui dois casais que disseram, “It´s for Saint John?”, “Yes, yes” e depois começaram a dizer que iam trazer martelos e tal e eu até lhe ameacei, “ah eu já tenho o meu aqui preparado também”, que é o martelo normal.
Voz-off 3: Este ano sem limitações, prevê-se uma grande afluência.
Vivo entrevistado 1: Ah claro, as pessoas estão cheias de fome de sair de liberdade, dois anos que a gente teve com pandemia, ninguém saia para a rua, isto agora é que vai ser.
Vivo entrevistado 2: As pessoas estão com muita vontade de sair e celebrar.
Voz-off 4: Carregar o espírito do S. João é uma tarefa levada a sério pelos locais. De dia 23 para 24 de junho, a tradição vai continuar o seu legado.
TEXTO PIVÔ: O Teatro Nacional São João atribuiu 7 bolsas artísticas a refugiados ucranianos. Entre os artistas estão três atrizes, uma fotógrafa de cena, um videasta, uma pianista e uma bailarina e professora de dança.
VOZ-OFF 1: Oportunidades como esta são como uma luz ao fundo do túnel.
Victoria e o namorado sempre tiveram o sonho de visitar o Porto. Desembarcaram em Portugal 3 dias antes da guerra começar. O programa Ucrânia “Palco livre” surgiu como uma porta de emergência.
ENTREVISTADA 1: Esta oportunidade é incrível, porque eu sei o quão difícil é começar a trabalhar em teatro, em qualquer país, porque precisas de trabalhar muito e precisas de ter muitos contactos, para começares a trabalhar e a ter papéis principais. É especialmente difícil num país estrangeiro e quando o teatro é, sempre, em português, aqui em Portugal. Mas este programa pode ser em ucraniano, ou em inglês, ou em qualquer língua, que queiramos. Por isso, dá-nos oportunidades incríveis, para fazer o que gostamos.
VOZ-OFF 2: Com esta bolsa, os artistas podem ficar até agosto envolvidos em iniciativas do teatro ou em projetos autónomos.
ENTREVISTADA 2: É mesmo bom termos este tipo de energia. Não é uma oportunidade. Eles dão-nos energia, para fazer maise para criar algo e para sermos mais, do que o que já fomos.
VOZ-OFF 3: Margarita e Svitlana descobriram este projeto através de uma página de Facebook.
ENTREVISTADA 3: Nós temos a oportunidade de fazer uma arte, neste período de crise. Um período realmente muito difícil. E é interessante ver que arte é que vai resultar disto.
ENTREVISTADA 4: Agora, num momento em que se sente emoções realmente profundas e em que não se tem bons pensamentos na mente, é preciso dar aos atores e a mim coisas que não sejam difíceis. Nós precisamos de fazer algo, que possa fazer a nossa vida um pouco mais fácil.
VOZ-OFF 4: Com a ajuda de várias empresas, o programa reforçou o orçamento para 75.000 euros. Prevê atribuir perto de 30 bolsas até ao final do ano.
Texto-pivô: As festas populares estão de volta. No Porto, a tradicional venda de manjericos está longe de outros anos.
Voz-off 1: Já cheira a São João na cidade do Porto. Passados dois anos, a festa está de regresso. Marlene Morais é vendedora ambulante há 20 anos. Durante o mês de junho, dedica-se à venda de manjericos. O aumento de preços tem afetado o negócio.
Entrevistado 1: Para nós subiu 20 cêntimos o vaso, mas nós não subimos para o cliente, mantemos o mesmo preço. Vai de dois euros, dois euros e meio, três, quatro. Neste caso só tenho o de quatro, o de cinco. Nem sei se vou mandar vir mais vasos. De há 15 anos para cá tem sido muito fraco, é mesmo para manter a tradição do lugar. E ganhar mais algum.
Voz-off 2: As obras da nova linha do metro ocupam o espaço onde a comerciante montava a banca. Marlene queixa-se da consequente perda de clientes.
Entrevistado 1: A minha licença supostamente era mais a frente, não me disseram nada, paguei a licença e taparam-me com as obras. Eu tinha clientes meus dos clérigos que gastavam no comércio, não gastaram este ano porque não me viram, estão tapados.
Voz-off 3: Também a banca de Gracinda Costa já viveu dias melhores. A comerciante vende manjericos há 30 anos. As vendas nunca estiveram tão fracas.
Entrevistado 2: Não se vende quase nada, muito poucochinho que se vende. Está mau o São João menina. Nunca vi o São João como agora. Antigamente vendia-se muito bem, agora não. Os preços também estão muito caros. As licenças estão muito caras, está tudo muito caro.
Voz-off 4: O fogo de artifício e os concertos estão de volta. A noite mais longa do ano promete trazer muita gente à rua.
Texto pivô: Depois de vender ilustrações em feiras e online, Ana Seixas abriu um espaço físico no Porto. A decisão foi motivada pela necessidade de contactar mais diretamente com o público.
Voz-off 1: A placa convida quem por aqui passa a abrir o livro da criatividade. Daniela Alves, designer gráfica, faz a marca voar para fora de portas.
Vivo 1: Crio conteúdos de tudo o que seja para comunicação e design que seja necessário para a marca. Dou, também, apoio em tudo o que seja necessário da parte de loja e de gestão. Também crio conteúdos para a parte das redes sociais.
Voz-off 2: Enquanto isso, neste espaço a venda alia-se à produção. No piso inferior, Ana Seixas dá forma à cerâmica.
Vivo 2: Quando passei da ilustração para a cerâmica, ou seja, mais para o tridimensional, surgiu a necessidade de ter um espaço onde mostrar o trabalho. E aí, nessa altura, comecei a procurar uma loja com montra e que pudesse ter acesso mais próximo ao público.
Voz-off 3: Quem visita esta loja percebe que todos os produtos são assinados pela artista.
Vivo 3: Desde ilustração, à cerâmica, produtos com ilustração aplicada, ou seja, postais, posters, papel de embrulho, pins, t-shirts.
Voz-off 4: E nem a fragilidade de alguns artigos afeta o negócio. O desafio é continuar a fazê-lo crescer.
[Reportagem de Maria Vitória Costa e Ruben Marques]
Texto-Pivô- A taxa de inflação atingiu os 8,1%, em maio. Os preços no mercado do bolhão estão abaixo dos hipermercados, mas já sofrem aumentos.
Voz OFF 1: Não há pouco peixe no mar, mas há uma redução de clientes na banca da Maria Alice. Há 55 anos herdou o negócio da tia, no Bolhão. Por ela já passaram todo o tipo de clientes, até famosos. Atualmente, a crise tem afastado os mais habituais.
Entrevistado 1: Começa logo pelo gasóleo que afeta os transportes. Há pessoas que, às vezes, nem uma vez por semana vêm.
Voz OFF 2: Ricardo, trabalha há um ano e meio no Talho do Toninho. Foi o gosto pela arte que o fez herdar o negócio da família e a geração mais antiga do bolhão. O peso na carteira dos portuenses sente-se na hora da procura.
Entrevistado 2: Sentimos, de certa forma, a nível de quantidade. Se calhar, levam um pouquinho menos. Mas, continuam a levar as peças que levavam sendo, às vezes, peças mais caras. Mas sim, alguns clientes já vêm cá com o dinheiro contado. Já não nos pedem cinco bifes, pedem-nos cinco euros em bife.
Voz OFF 3: É preciso comer para sobreviver. A necessidade de comprar leva os clientes a adotar estratégias.
Entrevistado 3: Hortaliça, a fruta, tudo, tudo. A carne então nem se fala… E o peixe.
Entrevistado 4: Menos quantidades, comparo preços…
Voz OFF 4: Comprar e vender não está fácil. Esperam-se tempos melhores, acompanhados pelo retorno ao Mercado do Bolhão, já a 15 de setembro. Reportagem de Inês Costa e Pedro Silva, Universidade Lusófona do Porto.