Texto pivô: A expansão da rede de metro do Porto está a provocar constrangimentos na cidade. O comércio local é uma das áreas mais afetadas.
Voz-off 1: Os comerciantes da Rua de Mouzinho da Silveira estão revoltados com as condições impostas pela construção da nova linha rosa. Para eles, as placas de segurança são o maior perigo para os negócios.
Vivo 1: O impacto é que deixa de haver clientes, cortaram a zona de passagem dos clientes, a visibilidade. A gente pediu os taipais pelo menos transparentes ou retirar parte, mas foi impossível fazer isso. Basicamente, ficamos foi sem passagem, sem clientes e sem viabilidade.
Voz-off 2: Ainda assim, é esperado um agravamento da situação.
Vivo 2: Temos aqui uma casa, basicamente com oito montras que, neste momento, só metade se vê, por uma Rua de Sousa Viterbo, em que eles disseram que na próxima semana ou na outra também já vão fechar a Rua de Sousa Viterbo, vamos ficar aqui tipo num labirinto, sem visibilidade nenhuma.
Voz-off 3: Um labirinto que troca as voltas a quem por ali passa. E ameaça, até, os estabelecimentos mais resistentes.
Vivo 3: Os clientes não entram aqui, não entram aqui, nem conhecem isto. Chegam aqui à volta, passam e pensam que os negócios já fecharam. Que sou obrigado a fechar o negócio. E quase todos, muitos, já foram embora, já foram para outro lado.
Voz-off 4: E se uns já foram, outros preparam-se para seguir o mesmo caminho, ainda que de forma provisória. É o caso de Paula Costa, que viu o fluxo de vendas em queda livre.
Vivo 4: Tirou-nos acesso a pessoas; estamos sujeitos a ser assaltados, porque não há policiamento aqui, e a nível de vendas, caiu a pique. Eu estou, às vezes, semanas a zero. E, em princípio, vamos sair daqui para uma loja provisória, mas está tudo ainda muito no ar, estou com o caso na advogada e vamos esperar novidades.
Voz-off 5: Até lá, resta aos lojistas esperar por dias melhores. A conclusão dos trabalhos está prevista para o final do ano.
[Reportagem de Maria Vitória Costa e Ruben Marques]