Texto Pivô: Mais tempo em casa significa um aumento das horas à frente de um computador e um aumento do uso de plataformas digitais. Estas são as consequências dos tempos de confinamento domiciliário.

Voz Off:  Com o confinamento o número de burlas digitais aumentou.

Uma das aplicações com o maior número de cibercrime é a MBWay. São indivíduos que se aproveitam da falta de conhecimento da vítima e, normalmente, burlam as pessoas através de chamadas telefónicas.

Burlão: Ora, 142536, enviar. Diz seis dígitos do MBWay incorretos.

Joana Gentil: Pronto, então não sei em que é o posso ajudar realmente.

Burlão: Não será os seus seis dígitos?

Joana Gentil: Os meus seis dígitos?

Burlão: Sim, sim, sim, sim.

Joana Gentil: Que seis dígitos meus?

Burlão: Aqui diz-me os seis dígitos do MBWay. Confirmo. Pede-me outra vez, e quando me pede outra vez, diz insira outra vez os seus dígitos. Envio e pede-me outra vez os seis dígitos e diz inválido.

Joana Gentil: Ok, realmente é estranho, não faz muito sentido. Porque é que não está a dar. O senhor só necessita do meu número de telefone.

Voz Off: A avaliar pelo início de 2021, este ano esta tendência de crescimento não dá sinais de abrandar. Em janeiro, no Portal de queixa chegaram por dia em média 20 reclamações sobre alegadas burlas. O valor resultante das burlas online ultrapassa os 100 mil euros. Uma subida de 71% em relação ao ano anterior. 

Reportagem de Ana Pascoal e Maria Bessa.

Texto Pivô: O ruído de obras tem vindo a atormentar aqueles que se viram obrigados a trabalhar a partir de casa.  O presidente considerou a limitação do ruído, mas o governo não foi recetivo.

Voz Off 1: Trabalhar acompanhado pelo ruído de obras é um dos novos cenários trazidos pela covid-19. O decreto presidencial sugerido no passado dia 10 de fevereiro tentava solucionar esse problema, mas não teve a atenção do governo. São muitos os que pedem medidas mais apertadas, mas há também quem pense que não valha a pena.

José Nogueira: Ruído que está fora do nosso controlo, portanto, fora da nossa casa, seja de vizinhos ou até da via pública, imaginemos uma obra a decorrer na via pública… Não há como controlar isso. Obviamente vai interferir e poderá condicionar ou até impedir o teletrabalho. Mas se eu estiver a trabalhar em teletrabalho para um mercado que tenha um fuso horário com cinco ou nove horas de diferença do nosso, é durante a noite que estou a fazer teletrabalho. Há muitos portugueses em regime de teletrabalho que estão a prestar serviço para mercados com outros fusos horários, por exemplo, nós, prestamos serviço a países com fuso horário diferente do nosso.

Voz Off 2: Para quem trabalha durante o dia, o problema é inevitável.

Barbara Gomes: Neste momento temos vizinhos a fazer obras em casa, portanto, além de termos de coordenar uma com a outra os períodos em que estamos em chamada ou a falar com um cliente temos também de ter em atenção ao barulho que os vizinhos acabam por fazer. Estamos condicionados a ter esse tipo de chamadas com os clientes e os colegas decorrentes dessas circunstâncias.

Voz Off 3: Ainda assim, os trabalhadores pedem sobretudo consideração pela parte do
governo.

Carolina Correia: Eu acho que seria uma medida que devia ser ponderada. Pelo menos haver uma consideração por um horário que restrinja esse constrangimento que implica para as pessoas que estão a trabalhar em casa, acho que seria sem dúvida uma medida legítima e que faria todo o sentido.

Voz Off 4: Para já, as obras em habitações que sejam uma fonte de ruído podem continuar a ser realizadas nos dias úteis, entre as 8h e as 20h.

Reportagem de Lourenço Hecker e Sara Silva.

Texto Pivô: O andebol português sofreu nesta sexta-feira uma derrota inultrapassável. Morreu Alfredo Quintana, o guarda redes do Futebol Clube do Porto e da Seleção Nacional, 4 dias após sofrer uma paragem cardiorrespiratória.

Voz off 1: Foi em 2010 que Quintana chegou ao Futebol Clube do Porto para defender a baliza dos azuis e brancos. Graças ao clube dos dragões, como o próprio confessou um dia, tornou-se na pessoa e no atleta que hoje está na memória de todos.  

Entrevistado 1: “Infelizmente só este acidente lamentável e triste o levou junto de nós fisicamente porque espiritualmente o Quintana só falecerá no dia em que falecer o último de todos aqueles que com ele lidaram”.

Entrevistado 2: “Só quero desejar que, esteja onde estiver, olhe por nós. Vamos honrar o nome dele e o legado que ele deixou neste clube, pela excelente pessoa e grande atleta que foi ao defender as cores do Futebol Clube do Porto”.

Voz off 2: As homenagens ao guardião luso-cubano sucederam-se ao longo do fim de semana. O andebolista e amigo Victor Iturriza assinalou o dia da despedida, garantindo que há uma promessa por cumprir.

Voz off 3: Também o Futebol Clube do Porto recorreu às redes sociais para mostrar a homenagem prestada pelos adeptos junto ao Dragão Arena, habitual palco de emoções.

Voz off 4: Nasceu em Havana, capital de Cuba, mas em 2014 decidiu vestir as cores de Portugal. Alfredo Quintana não resistiu a uma paragem cardiorrespiratória quando se preparava para um treino. Aos 32 anos, desaparece, precocemente, uma das grandes figuras da modalidade em Portugal.

[Reportagem de Maria João Leal Pereira e Marta Bacelar]